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Um mês após desabamento de prédio que matou 14 pessoas, moradores seguem sem apoio e cheios de incertezas

Publicada em 07/08/23 às 15:41h - 41 visualizações

por G1


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 (Foto: Reprodução)

No dia 7 de julho deste ano, parte de um prédio desabou e deixou 14 mortos e sete feridos no Conjunto Beira-Mar, no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife. Um mês, as pessoas que perderam parentes, amigos e o local onde moram ainda esperam providências.

As buscas pelas pessoas soterradas pelo prédio, que era do tipo “caixão”, duraram 35 horas. Os últimos corpos a serem resgatados foram de uma mãe abraçada com dois filhos: Marcela Neves dos Santos, de 42 anos, Wallace, de 10 anos; e Maria Flor, de 6 anos.

O Conjunto Beira-Mar tem, ao todo, 29 blocos. Desses, 23 foram interditados. Um deles foi o D6, onde morava a dona de casa Wilma Lima da Silva. Ela, o filho e a nora tiveram que desocupar às pressas o apartamento.

“Mandaram a gente sair e, do momento que aconteceu o desabamento, eu não subi mais no prédio. Meu menino foi quem subiu, tirou tudo, aí eu botei minhas coisas em cima do meu comércio e fiquei lá até conseguir um local alugado. Ainda não apareceu nenhum auxílio, nada”, disse.

Algumas das pessoas que moravam no bloco D7, que desabou, eram a cunhada e os sobrinhos da dona de casa Marli Maria Santana. Eles não foram soterrados e conseguiram pular do prédio para sobreviver.

“Faz um mês, ninguém fez nada e nem vai fazer. Não demoliram, muitos prédios aqui ainda estão em pé e a gente sabe que o ser humano esquece rápido as coisas. Daqui a alguns anos, vão invadir e vai acontecer mais 14 ou mais mortes. E não vão fazer nada”, declarou.

A dor pela perda dos vizinhos se soma à revolta pelo que não foi feito até agora, um mês depois da tragédia.

O comerciante Arlan Moura, dono de um mercadinho que fica em frente ao prédio, lembrou que, sete minutos antes do desabamento, uma das vítimas, Guilherme Emanuel, de 12 anos, foi ao comércio comprar café da manhã.

“Guilherme chegou, comprou pão e mortadela. Toda manhã ele vinha na loja. Ele saiu de casa, e a mãe dele vinha saindo para trabalhar. Ela deu dinheiro a ele e ele foi no frigorífico. Depois de alguns minutinhos, desabou”, afirmou.

Guilherme era irmão de Hemily, de 15 anos, cujo resgate foi filmado. Ela perdeu três irmãos na tragédia, incluindo ele.

O bloco D7 do Conjunto Beira-Mar tinha sido interditado em 2010, mas foi reocupado por outras famílias em 2012. Um dia antes do desabamento, um engenheiro da seguradora Sulamérica esteve no local, mas disse que não conseguiu fazer a vistoria porque os apartamentos estavam ocupados de forma irregular.

O dono do mercadinho também contou que os prédios que seguem de pé estão sem fiscalização, mesmo com ordem de desocupação por risco de desabamento.

“É triste, eu lembro, estou tomando medicação para dormir, não estou dormindo direito. Está esquecido. Passados uns 15 dias, ainda ficava um carro da prefeitura aqui, um guarda, mas não está ficando mais. Mais nada”, disse Arlan.

Um procedimento administrativo foi instaurado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que sejam adotadas medidas, como assistência às famílias vítimas do desabamento. Só que os parentes reclamam que nenhum auxílio foi pago até o momento.

Também dizem que as vítimas não receberam nenhum apoio psicológico, e há a incerteza do que vai acontecer no conjunto, já que os moradores temem que os prédios sejam reocupados por outras famílias.

Para a advogada Erika Lócio, que faz parte da Comissão de Direito Imobiliário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a prefeitura de Paulista deveria intensificar a fiscalização.

“Independentemente de serem realizadas essas vistorias e essas manutenções pelos condôminos, a prefeitura tem obrigação legal de fiscalizar toda e qualquer moradia que esteja na circunscrição do seu município, e eventualmente tem que acionar [...] para tentar viabilizar um acordo indenizatório com as pessoas que residiam nos imóveis, mesmo de forma irregular”, explicou.




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