Além do “gosto ruim”, a gestante teria recebido anestesia mais forte que o comum, a exemplo do que aconteceu no caso em que o profissional foi preso. Uma outra mulher que teria sido vítima de Giovanni contou ao Fantástico que ficou completamente desacordada após dar à luz.
– Eu já não estava conseguindo falar mais, porque assim que ele saiu, já fui ficando mais mole, mais sedada. Ele falou que ia me dar anestesia geral. Tomei e não consegui lembrar de mais nada. Apaguei – disse.
Em outro depoimento, a primeira paciente atendida por Giovanni no dia da prisão relatou que o roupão dela caiu. Neste momento, segundo ela, o anestesista teria olhado para seus seios.
– O roupão caiu e ela percebeu que o anestesista tinha olhado para seus seios e em seguida perguntado se ela estava com frio – diz o registro policial.
SOBRE O CASO
O anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante, na madrugada da última segunda-feira (11), por estuprar uma paciente enquanto ela estava dopada e passava por uma cesariana em um hospital na cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.
As suspeitas sobre Giovanni começaram após profissionais de saúde notarem que ele utilizava uma quantidade anormal de anestesia nas pacientes. Além disso, a equipe de enfermagem percebeu, em outros procedimentos, movimentações corporais incomuns feitas por ele durante as cirurgias. Com isso, a equipe resolveu colocar um celular para gravar o que Giovanni fazia.
Foi então que, na gravação que chegou aos policiais, o anestesista foi flagrado colocando o pênis na boca de uma paciente enquanto participava do parto dela. A delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, que realizou a prisão, e destacou a importância da atuação dos profissionais de saúde para que Giovanni fosse detido.
– É importantíssimo nós destacarmos a atuação de uma equipe de enfermagem do Hospital da Mulher aqui de São João de Meriti, cidadãos e profissionais de saúde exemplares, que notaram, em outras cirurgias, o movimento do corpo do médico, do autor do crime. E, para que houvesse uma prova, eles decidiram posicionar um telefone celular de uma forma que não se visse – ressaltou.
Além de responder pelo caso no qual foi flagrado na gravação em vídeo, o anestesista é investigado por dezenas de possíveis atos similares cometidos nas unidades em que trabalhou, entre elas o próprio Hospital da Mulher Heloneida Studart, onde a equipe de enfermagem conseguiu gravá-lo.
Na tarde da última terça (12), o médico teve sua prisão convertida de flagrante para preventiva. Ele passou por uma audiência de custódia realizada na cadeia pública José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio, para onde foi levado no fim da tarde do último dia 11 de julho.