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Sem celular desde 2006, artista desafia vida sem conexão fora de casa, mas se diz hiperconectado: \'Achava chato ficar atendendo telefone\'

Publicada em 04/11/21 às 09:14h - 111 visualizações

por Rádio Maranata FM


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 (Foto: Rádio Maranata FM)

O artista Fernando Peres se considera uma pessoa hiperconectada. Ele passa muitas horas por dia acessando a internet e consumindo produtos culturais online. A realidade dele é semelhante à de milhões de brasileiros, mas tem uma peculiaridade: desde 2006, quando teve o aparelho roubado em Olinda, decidiu não ter mais celular.

Para ele, pouco importa, as transformações desde o 3G ao 5G, cujo leilão para exploração ocorre nesta quinta-feira (4). Na época em que ele teve seu último aparelho, a maioria só fazia chamadas telefônicas e enviavam mensagens de texto, os SMS.

O que ele mais fazia era receber ligações para fornecer o telefone de duas amigas artistas - uma delas era Juliana Notari, autora de "Diva", escultura de 33 metros de altura em formato de vulva e de ferida.

"Eu achava chato ficar atendendo telefone. Hoje, sei que as pessoas quase não se telefonam, e que muitas vezes são chamadas de São Paulo, de telemarketing. Mas uso muito o computador. Divulgo e organizo exposições e trabalhos. Acho que, se eu tivesse um celular, ficaria usando em todo canto, como todo mundo", afirmou.


De lá pra cá, o mundo mudou de forma acelerada, muitas vezes justamente por causa do celular, que passou a substituir gradualmente quase todos os aparelhos eletrônicos utilizados no dia a dia, como câmera, dispositivos de reprodução de música, computador e até televisão.

Mas Fernando Peres não sabe, até hoje, o que é baixar um aplicativo num smartphone. "Nunca tive WhatsApp, por exemplo. Nunca tive Tinder também, claro", disse.

Curiosamente, uma das redes sociais que ele mais usa é o Instagram, feito para funcionar no celular. A plataforma é utilizada por meio de um programa para computador. Filho de fotógrafo, a câmera que ele usa para fazer os registros do dia a dia está com ele o tempo todo.

"Ganhei uma câmera com 7 anos de idade, sempre tenho alguma câmera comigo, saio todos os dias com uma, desde sempre. Até elas quebrarem e virarem outras. E também ando com uma caixa de som amplificada, meio que escuto música na rua o dia todo. Sempre seleciono e troco as canções algumas vezes por semana. São mais ou menos 69 discos num iPod mini antigo", afirmou.

Segundo o artista, as pessoas que andam com ele, às vezes, acabam funcionando como uma espécie de "walkie-talkie" nos momentos em que, fora de casa, ele fica longe da internet. Ele sequer tem telefone fixo e, para conversar com parentes e amigos, usa os chats do Facebook e Instagram.

Os momentos mais difíceis são os de extrema necessidade, como é o caso das terapias da filha Olívia, de 6 anos, diagnosticada ainda bebê com paralisia cerebral. A ex-esposa, de quem ele se separou em março deste ano, é quem entra em ação para auxiliar.


O Uber para a terapia é Marília que chama, lá de Olinda. Moro em Casa Amarela [Zona Norte do Recife] e a terapia de Olívia é na piscina, em Santo Amaro [no Centro]. Na volta, peço para o atendente de lá ligar para ela e, daí, ela pede. Se é algo que preciso fazer e não quero acioná-la ou a outras pessoas, vou andando até um ponto de táxi", explicou.

Fernando mora sozinho com Olívia desde que se separou. A ex-mulher mudou-se para Olinda com a filha dela, de 9 anos, que, para o artista, é filha dele "de algum jeito também", já que morou com ele dos 2 aos 8 anos. A menina, diferente do padrasto, já tem tablet e celular, enquanto ele se atrapalha para utilizar a tela touch de algum aparelho.

Uma dificuldade da vida sem celular é o acesso a contas bancárias. Também nesses casos é a ex-esposa dele quem entra em cena.


"Marília administra minha conta pelo celular dela. Tenho uma conta para receber pela venda de desenhos e pinturas. Daí, ela precisa gerar um código, que funciona por uma hora, para eu retirar o dinheiro numa lotérica aqui perto. Algumas vezes ela reclama disso, de ser essa ponte na parte que fica faltando por eu não ter um celular", diz.


No entanto, apesar das dificuldades de viver de uma forma diferente da maioria das pessoas - e das empresas e sistemas - ele não se arrepende de ficar sem celular.

"Acho que deixei na hora certa, para não ficar viciado na maneira nova, com Google, câmeras e grupos de conversa. Quando estou na rua, gosto sempre de estar mais livre", afirmou.

Na pandemia, os aplicativos de entrega de comida e de outros produtos tornaram-se praticamente um instrumento de sobrevivência na quarentena. Para Fernando, no entanto, a solução é usar o computador.

"Eu preciso colocar um telefone, aí coloco o de Marília e torço para que não precisem ligar para ela por alguma razão. Uma amiga pediu iFood aqui essa semana e o motoqueiro se perdeu. No Instagram, Marília mandou uma mensagem. 'Ei, pedisse alguma coisa? Vai pra rua que o motoqueiro está perdido'", contou.


Fonte: g1 




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