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Com Ibineias Junior

Brasil

Dados, estatísticas e gráficos se tornam aliados no combate à Covid-19 em Pernambuco

Publicada em 09/02/21 às 08:25h - 183 visualizações

por Rádio Maranata FM


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 (Foto: Rádio Maranata FM)

Mais de 300 dias se passaram desde que as notificações de casos suspeitos da Covid-19 começaram a ser feitas em Pernambuco. A doença causada pelo Sars-Cov-2, o novo coronavírus, mudou a rotina de milhões de pessoas e há mais de 7,9 mil horas se tornou um dos assuntos prioritários de todo o mundo (veja vídeo acima).

Atualmente, com mais de 270 mil pessoas infectadas no estado, os números que traduzem o perigo que o vírus apresenta passaram a ser observados por todos, com preocupação. Expressões como "média móvel", "curva de casos" e "taxa de mortalidade" entraram no cotidiano dos noticiários.

Em março de 2020, esse desconhecido invisível trouxe medo, silêncio e vazio ao estado. No dia 25, houve o primeiro caso suspeito - depois descartado. No dia 12, foram confirmados os primeiros dois casos da Covid-19 em Pernambuco.

Esses números não pararam de crescer. O novo coronavírus seguia infectando os pernambucanos. A professora Karla Patriota tomou todos os cuidados, mas, mesmo assim, entrou para as estatísticas, com o marido e os dois filhos.

“Eu achava que não ia pegar, porque a quarentena foi plenamente vivida. Eu me isolei, trabalhava em casa, não saía para nada. No máximo, saídas pequenas para resolver uma coisa, de máscara, passando álcool. Então achava que estava livre disso, mas a Covid nos alcançou”, lembrou a professora Karla Patriota.


Karla conta que eram muitas as incertezas. Estava portando um vírus do qual não sabia absolutamente nada.

“Não sabia o que ele estava fazendo no meu corpo, já que cada pessoa estava reagindo de forma diferente: com sintomas gravíssimos, sequelas muito sérias e também gente que não tem absolutamente nada, né? Por lidar com algo tão desconhecido, tive muito medo”, lembrou.

Quase um ano depois das primeiras confirmações, é possível saber que o mês de julho teve o maior número de notificações: 38.459 casos de Covid-19, de acordo com dados da Secretaria de Saúde do estado (SES) divulgados pela Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão (Seplag).

Os indicadores analisados mostram, em seguida, uma queda até o mês de setembro, que teve 19.138 notificações. Um número 50% menor que o do mês de julho.

Nos meses seguintes, uma nova tendência de alta nos casos. Novembro registrou 29.610 notificações e Dezembro, até agora, 37.190 infectados.

Como muitos testes ainda estão sendo processados pelos laboratórios, esses números ainda podem sofrer alterações e, portanto, dezembro pode superar julho em quantidade de casos de Covid-19 notificados.

Análises

O novo coronavírus era um desconhecido também para médicos e cientistas. Por isso, foi tão difícil lutar contra ele. As informações sobre a doença foram chegando, aos poucos, em números, gráficos, curvas. Graças à ciência, com esses dados, foi possível enxergar o perigo da Covid-19.

O Instituto para Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD) criou uma rede para compartilhar informações com 68 pesquisadores em nove países, além do Brasil. Desde o primeiro alerta da epidemia, eles fazem cálculos para prever o tamanho do risco apresentado pelo Sars-Cov-2.

De acordo com o coordenador do IRRD, Jones Albuquerque, são quase 30 Giga Bytes de dados processados diariamente. Foi preciso adquirir espaço de armazenamento extra para dar conta do trabalho diário da equipe. Eles já tinham trabalhado com grandes quantidades de dados, mas a pandemia de Covid-19 trouxe um novo desafio.

“A dinâmica é muito maior, a dinâmica é diária. Isso exige da equipe e de todo o time um comprometimento que eu diria que é quase uma relação pessoal com o dado. Você fica angustiado com o que vai acontecer todo o dia”, observa o pesquisador.


Esses números de casos confirmados, suspeitos, mortos, recuperados, foram fundamentais para prever o risco de contaminação pelo vírus. Mas os alertas não foram suficientes para frear o avanço da pandemia no estado.

“Faltou adesão em todas as esferas: população, de governantes, de empresários, de todos. Faltou solidariedade e adesão. Dizem que a gente só aprende isso depois de guerras. E a gente nunca viveu uma guerra. É a primeira que a gente está vivendo. E espero que saia esse aprendizado, da adesão e da solidariedade”, reflete Jones Albuquerque.

De acordo com os números divulgados diariamente pela SES, um em cada dez pernambucanos conseguiu ou precisou fazer teste para a Covid-19. Foram 1.134.608 exames, até esta segunda, entre testes rápidos, sorologias e RT-PCR, o teste molecular feito com a ajuda de um bastão, parecido com um cotonete, que colhe a mucosa do paciente pelo nariz e pela boca.

Esse total de testes corresponde a cerca de 11% da população pernambucana. Muitas pessoas que fizeram os testes, receberam os resultados com atrasos.

Entre os pernambucanos que foram testados frequentemente, estão os profissionais de saúde. Foram 71.591 exames, ao todo, até esta segunda-feira. Desses, 25.788 tiveram diagnóstico positivo para o novo coronavírus.

O infectologista Demétrius Montenegro está no grupo dos outros 45 mil que fizeram os testes e foram classificados como descartados. Ou seja: não pegaram a doença. Mas, nem de longe, ele ficou tranquilo.

“É uma doença potencialmente grave e existe um estresse muito grande da parte do profissional de saúde de lidar com aquela situação. Você imagina: além de ter um estresse por causa da gravidade da doença, vêm milhares de familiares exigindo e até cobrando condutas não respaldadas cientificamente, mas que foram divulgadas em fake news para fazer tal medicação, fazer isso, fazer aquilo. É um estresse a mais”, constatou.

A estudante Poliana Lira sempre levou a sério as recomendações dos cientistas. Ninguém na casa dela teve a Covid-19.

“Só saio quando necessário mesmo. Para comprar alimentação, quando preciso levar meu filho ao médico e meu marido para trabalhar. Fico muito triste quando vejo que é como se as pessoas não tivessem acreditando que o vírus existe e a gente sabe que ele está aí e ele está matando”, disse.

É um alerta que os médicos fazem todos os dias, até hoje. O novo coronavírus continua entre nós. Os números oficiais e os acompanhados pelos pesquisadores mostram que o risco de se infectar não desapareceu.

“Então, é a utilização das máscaras, é não ir pra lugar aberto, não confraternizar com ninguém, não ir pra restaurante, não ir pra bar, até porque numa situação como essa você vai ter que retirar a máscara pra beber, pra comer, não é? Então, a pessoa precisa realmente estar dentro de casa, sair somente para o necessário. Tem situação inevitável como pegar um ônibus para trabalhar, mas outras são uma escolha sua. É isso que a pessoa tem que pensar”, aconselhou.







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